Qual é a melhor maneira para se expor ao mercado estrangeiro: BDRs ou investindo lá fora? No artigo de hoje vamos saber mais sobre esses dois modos de dolarizar nosso patrimônio.
BDRs ou investir direto lá fora?
As BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são a maneira mais fácil que a gente possui para investir no exterior. Esses recibos de ações estrangeiras são negociados aqui na nossa bolsa, por valores baixos (muitas BDRs são negociadas a 30 reais).
Porém, quando investimos diretamente lá fora, podemos ter vantagens com relação às taxas cobradas, e no longo prazo, tendemos a pagar menos. Além disso, estamos realmente transformando nosso dinheiro em dólar e nos protegendo da legislação brasileira.
Vantagens das BDRs
A principal vantagem de se investir em BDRs é a comodidade, não há a necessidade de abrir uma conta em uma corretora americana e os valores das BDRs vão estar em reais, sempre relacionados ao preço em dólar, claro!
Outra grande vantagem é que não precisamos pagar IOF quando compramos uma BDR. Todas as remessas para o exterior precisam pagar IOF, e dependendo da corretora esse valor pode ficar por volta de 1,5%.
Um assunto pouco falado é sobre a sucessão do seu patrimônio. Quando temos mais de USD 60 mil no exterior, nossos herdeiros podem pagar até 40% de imposto para ter acesso aos ativos. Quem investe em BDRs não precisa se preocupar com esse imposto sobre heranças.
Mas as BDRs também têm alguns pontos negativos e precisamos ficar atentos a eles.
Um desses pontos, que eu não concordo muito, é a variedade de ativos. Não existem BDRs de todas as ações que podemos encontrar nos Estados Unidos. Por outro lado, ao meu ver, todas as principais empresas, REITs e ETFs já podem ser encontrados em forma de BDRs, logo não acho isso um problema. Quem quer investir apenas em BDRs vai encontrar sim uma grande gama de investimentos. Existem cerca de 700 BDRs sendo negociados na B3, assim há opções para todos os gostos.
Mas existem sim pontos negativos relevantes, como a cobrança que a BDRs faz sobre os dividendos, existem o desconto 0,38% de IOF e mais uma taxa de 4% em dólar para todos os dividendos que recebemos via BDRs.
E por fim, BDRs não tem nenhuma isenção de Imposto de Renda, caso queiramos vender nossos ativos. Logo, se vendemos com lucro, temos que pagar DARF.
Vantagens de investir diretamente lá fora
Para mim, quem investe lá fora tem mais controle sobre seus investimentos. Primeiramente, podemos escolher dentre vários tipos de empresas, fundos e REITs diferentes.
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Mais ainda, estamos protegendo nosso dinheiro da inflação brasileira, pois ele está em dólar não mais em real. Esse fato também traz outro benefício, a proteção legislativa. Quando investimos diretamente lá fora, estamos sob outra jurisdição do que a lei brasileira. Essa é uma importante proteção em crises políticas.
Além disso, a abertura de conta e administração dos nossos ativos é feita de forma simples e tudo usando nosso smartphone. Em poucos minutos, podemos ser sócios de qualquer empresa listada nos Estados Unidos.
Além disso, temos uma isenção de 35 mil reais por mês caso vendamos nossos ativos. Acho que essa também é uma das grandes vantagens de investir dessa forma. E essa isenção vale para todos os tipos de ativos, Stocks, REITs, ETFs e até Criptomoedas.
As maiores desvantagens é com relação às taxas de remessa. Hoje em dia podemos enviar dinheiro via PIX, mas mesmo assim, ainda pagamos um spread de mais ou menos 2%, além do IOF.
Qual é o melhor?
A escolha vai depender de cada um de nós. Para quem quer mais praticidade, investir em BDRs pode ser uma solução. Para investidores que querem uma diversificação mais, investir lá fora é o caminho.