No artigo hoje, vamos falar tudo sobre Renda Fixa e como é simples começar a investir.
Os investimentos em Renda Fixa são a forma mais segura e eficaz de poupar dinheiro.
Eles possuem a mesma segurança da poupança, mas com uma melhor rentabilidade.
Outro bônus é que a maioria deles portam a segurança do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é um seguro de 250 mil reais oferecido aos investidor e correntistas (mesmo seguro da poupança).
Escrevi um artigo completo comparando a Renda Fixa e a Poupança, para investidores iniciantes.
O que é Renda Fixa?
Investir em Renda Fixa é semelhante a um empréstimo, mas em vez de você pedir dinheiro emprestado, você empresta dinheiro a uma empresa, um banco ou ao governo por um determinado tempo e esses órgãos lhe pagam por esse empréstimo.
É assim que se ganha dinheiro na Renda Fixa.
Para simplificar a explicação, aqui vai um exemplo: Ao investir 1000 reais em um CDB (título de Renda Fixa) do Banco X com prazo de 1 anos, ao final desse período você terá 1050 reais, 1000 que você investiu e 50 que você adquiriu dos juros dessa aplicação.
Nesse universo, alguns investimentos podem informar quanto você vai ganhar de lucro logo quando você realiza a operação, eles são chamados de títulos prefixado. Outros vão depender de uma taxa que pode variar com o tempo, o que por sua vez são chamados de títulos pós-fixados.
Para investir em Renda Fixa, você deve ter uma conta em um banco ou uma corretora de valores, que são os órgãos autorizados para oferecer esses produtos.
Existem vários tipos de investimento em Renda Fixa, listo abaixo os mais conhecidos.
Quer saber como economizar mais e pagar suas dívidas de forma rápida? Temos um guia completo sobre o assunto.
Quais são os produtos de Renda Fixa?
Tesouro Direto
O Tesouro Direto são títulos oferecidos pelo governo.
Você empresta dinheiro para o governo e ele utiliza para financiar projetos.
Dentro do pacote de investimentos oferecidos pelo Tesouro Direto estão o Tesouro Selic, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA.
O Tesouro Selic é um investimento para curto prazo atrelado à taxa Selic (a taxa mãe da economia nacional) e com possibilidade de resgate antes do vencimento sem perda de dinheiro.
Já o Tesouro Prefixado é um investimento no qual você já saber quanto irá ganhar quando ele chegar ao seu vencimento, porém se optar por tirar o dinheiro antes da data determinada poderá haver perda de dinheiro.
Por fim, o Tesouro IPCA é um investimento de longuíssimo prazo atrelado ao IPCA (taxa da inflação), normalmente utilizada por investidores como investimentos para a aposentadoria, podendo também haver perdas com a venda antes do vencimento.
Os preços para começar a investir no Tesouro Direto vão de 30 a 100 reais.
Por essa acessibilidade, eles são os investimentos mais procurados pelas pessoas que querem deixar a poupança.
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
CDBs são aplicações oferecidas pelos bancos para financiar empréstimos e outros serviços bancários.
Ao comprar um CDB, você vai estar emprestando dinheiro para o banco e ele lhe devolverá com os juros que ele ganhou emprestando para outras pessoas ou instituições.
O CDB é atrelado ao CDI (taxa de empréstimo entre os bancos).
Assim, você verá CDBs com 80% , 100% ou 120% do CDI, quanto maior a porcentagem do CDI, melhor.
Outra vantagem do CDB é a proteção por meio FGC, seguro já explicado acima.
Os CDBs são negociados com valor mínimo de 100 reais e eles podem ser tanto pré quanto pós-fixados.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
As LCIs e LCAs também são emitidos por bancos ou instituições financeiras.
As duas funcionam mais ou menos da mesma maneira, a única diferença é que na LCI o dinheiro recolhido será aplicado no setor imobiliário, e na LCA o dinheiro vai para o setor agropecuário.
Elas também são atreladas ao CDI e são negociadas por volta de 10 mil reais.
A maior vantagem das LCIs e LCAs são a isenção de Imposto de Renda (IR) e ainda por cima, são asseguradas pelo FGC.
Debêntures
As debêntures são um dos meios pelos quais empresas conseguem captar dinheiro no mercado.
Ao adquirir uma debênture, o investidor empresta dinheiro para uma empresa e ela devolve com a adição dos juros depois de um certo tempo determinado na compra do título.
As debêntures em geral sofrem a ação das taxas de imposto, porém existem um tipo de debênture chamada de incentivada que são isentas tanto de Imposto de Renda quanto de IOF (ver sobre essas taxas abaixo).
O termo incentivada diz respeito ao apoio do governo através da isenção de taxas.
Esse apoio acontece porque essas debêntures são emitidas para financiar projetos de melhora de infraestrutura no país.
Debêntures podem variar muito de preço.
No site Debentures.com.br pode ser encontradas todas as debêntures emitidas no país, com seus respectivos preços e prazos.
Existem vários outros produtos de Renda Fixa, mas como o objetivo desse artigo é fornecer uma visão panorâmica sobre esses investimentos, não falarei deles aqui.
Para finalizar nosso passeio pelo mundo da Renda Fixa, é preciso ficar atento aos tipos de impostos que são cobrados nesses títulos.
Impostos cobrados
Os produtos de Renda Fixa, geralmente, sofrem a ação de dois impostos principais: o Imposto sobre Operações (IOF) e o Imposto de Renda (IR).
Felizmente, esses impostos são exercidos apenas sobre o LUCRO de seus investimentos e são cobrados levando em conta o tempo da operação.
Assim, quanto mais tempo seu dinheiro ficar aplicado em um investimento, menor será a taxa cobrada.
Para entender a relação Tempo X Lucro, leia nosso artigo sobre Juros Compostos.
IOF (Imposto sobre operações financeiras)
O IOF é um imposto penalizador de investimentos de prazos MUITO curtos, ou seja, que sejam resgatados antes de 30 dias.
Isso significa que se você retirar seu dinheiro antes desse período de 30 dias, seu lucro terá um desconto maior do que se você tivesse esperado.
Por isso, é importante sempre aguardar pelo menos um mês antes de fazer o resgate.
A tabela abaixo mostra a proporção desse imposto para cada dia de investimento.
1 dia: 96% |
7 dias: 76% | 13 dias: 56% | 19 dias: 36% | 25 dias: 16% |
2 dias: 93% | 8 dias: 73% | 14 dias: 53% | 20 dias: 33% | 26 dias: 13% |
3 dias: 90% | 9 dias: 70% | 15 dias: 50% | 21 dias: 30% | 27 dias: 10% |
4 dias: 86% | 10 dias: 66% | 16 dias: 46% | 22 dias: 26% | 28 dias: 6% |
5 dias: 83% | 11 dias: 63% | 17 dias: 43% | 23 dias: 23% | 29 dias: 3% |
6 dias: 80% | 12 dias: 60% | 18 dias: 40% | 24 dias: 20% | 30 dias: 0% |
Fonte: Blog do investidor
IR (Imposto de Renda)
Em alguns investimentos de Renda Fixa, será cobrada uma taxa de Imposto de Renda.
Essa taxa também será retroativa, ao seja, quanto mais tempo você deixar seu dinheiro na aplicação, menos imposto você paga ao retirá-lo.
Mas diferentemente do IOF que chega até a 0%, a alíquota mínima (ou taxa mínima) que você pode pagar de Imposto de Renda é 15,0% sobre o rendimento.
Produtos de Renda Fixa, normalmente seguem a tabela regressiva abaixo.
Até 180 dias | 22,5 % |
Entre 181 a 360 dias | 20,0 % |
Entre 361 a 720 dias | 17,5 % |
Mais que 720 dias | 15,0 % |
Fonte: Blog do investidor
Tanto o IOF quanto o IR são descontados dos investimento quando os títulos de Renda Fixa são vendidos ou se vencem.
Essa cobrança é feita pela própria instituição que fornece o investimento, seja por um banco ou uma corretora.
Por isso, não há necessidade de fazer o recolhimento desses impostos para a declaração de renda.
Um fato importante a ser dito é que se você começar a investir em Renda Fixa não há necessidade de fazer a declaração do imposto de renda.
Claro que se você já tiver essa obrigação devido a sua renda ela se mantém, mas se você nunca tiver declarado renda antes, ao comprar títulos de renda fixa, não será necessária essa declaração.
O que não se mantém para a renda variável. Fiz um artigo apenas falando sobre esse assunto.
Também tem um guia simplificado sobre Renda Variável aqui no blog.
Esse foi um pequeno passeio pelo universo da Renda Fixa.
Comente aqui embaixo de você quiser saber mais sobre esses produtos.
Obrigada!