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ETFs são um dos investimentos mais populares de 2020. No artigo de hoje vamos saber como é o mercado brasileiro de ETFs, e se vale a pena investir nesses fundos brasileiros.  

ETF de ações brasileiras: como é mercado brasileiro de  ETFs

No Brasil. existem 17 ETFs, a maioria deles investem em ações. Esse mercado é considerado pequeno, se comparado mercado dos Estados Unidos, onde podemos encontrar mais de 2 mil ETFs.

Além disso, a maioria desses ETFs são geridos por apenas duas empresas: Itaú e Black Rock Brasil. Essa falta de concorrência acaba deixando esses produtos brasileiros menos eficientes.

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Dividendos

Uma das deficiências dos ETFs brasileiros é que eles não pagam dividendos. Em vez disso, eles usam todos os proventos que eles recebem e reinvestem em mais ativos para os fundos.

Esse reinvestimento, por um lado, causa um efeito bola de neve, e o ETF tem um crescimento maior. Por outro lado, esse reinvestimento automático significa que pagaremos imposto de renda sobre esse dividendos, pois quando vendermos nossas cotas com lucro, teremos que pagar 15% de imposto de renda sobre esse lucro.

Aqui no Brasil, dividendos não são taxados. Existe rumores de tempos em tempos sobre a taxação dos dividendos, porém atualmente, quando recebemos dividendos na conta da nossa corretora, ele é isento de impostos governamentais.

Existe, entretanto, uma taxa cobrada pela B3, de 0,12%, se nosso patrimônio em bolsa for maior que 20 mil reais. Assim, a B3 taxa dos dividendos, mas o governo não.

Taxa de administração

Outro ponto negativo é que as taxas da maioria dos ETFs ainda são altas se comparadas aos padrões internacionais.

Quando olhamos para a nossa bolsa de valores, a maioria dos ETFs têm taxa de administração de 0,50%. Nos Estados Unidos, encontramos ETFs que cobram 0,03%.

A taxa de administração é o dinheiro cobrado pela gestora para o funcionamento do fundo. Lembrando que a taxa de administração é a única despesa que nós investidores devemos pagar ao investir em um ETF, e essa taxa é descontada automaticamente pela gestora direto do patrimônio do fundo. Assim não precisamos nos preocupar em pagar diretamente essa taxa, a gestora é quem cuida disso.

Uma taxa de 0,03% ao ano significa que a cada mil reais investidos pagaremos 30 centavos para a gestora.

Aqui no Brasil, os fundos têm as seguintes taxas:

ETFs brasileiros

Fonte: B3

A presença de mais fundos no mercado também afeta a taxa de administração dos ETFs. Um exemplo dessa pressão positiva da concorrência, foi quando o BOVA11 diminuiu sua taxa de 0,54% para 0,30% em 2019 para ficar no mesmo patamar de fundos concorrentes do Itaú.

Mercado brasileiro de ETFs

A maioria dos ETFs seguem índices, que são carteiras teóricas de investimentos que servem para medir o desempenho de investimentos.

Os principais índices do mercado brasileiro são: Ibovespa, índice Small Caps, IBRx-100, IBRx-50.

Ibovespa

O Ibovespa é uma carteira teórica que mede as ações mais negociadas e com maior representatividade (capital sendo negociado) no Brasil. A carteira teórica engloba ações de empresas listadas na B3 que representem 80% do número de negociações de todo o mercado brasileiro. 

Os ETFs que seguem o Ibovespa são: BOVA11, BOVV11, BOVB11, XBOV11.

Índice Small Cap 

O Índice Small Cap (SMLL) busca seguir as empresas de menor capitalização da B3. Ele segue as ações líquidas que não fazem parte dos 85% do valor de mercado das empresas negociadas na B3, ou seja, as empresas que estão dentro de apenas 15% do valor de mercado de toda a bolsa brasileira.

Os ETFs que seguem o SMLL são: SMAL11, SMAC11

IBRx-100 e IBRx-50

Além disso, existem índices que seguem uma fatia mais restrita das maiores ações da bolsa:

O IBrX-100 segue as 100 ações de maior negociabilidade e representatividade da bolsa brasileira. Ao passo que o IBrX-50 segue as 50 ações mais negociadas e representativas na B3.

Até agora existe apenas um ETF para cada um desses índices. O ETF BRAX11 segue o índice IBrX-100, e o PIBB11 segue o índice IBrX-50. 

Interessante citar que o PIBB11 é o ETF de menor taxa de administração do mercado brasileiro: 0,05%. 

ETFs de dividendos

Também existem ETFs que seguem índices de empresas que pagam altos dividendos. Eles são o BBSD11 e o DIVO11. Ambos seguem o índice Dividendos – IDIV, que mede as empresas com maior Dividend Yield e maior liquidez da bolsa de valores brasileira.

ETFs com foco em sustentabilidade

Uma categoria interessante são os ETFs que têm foco em ações sustentáveis.  Por exemplo, o ESGB11 replica o Índice S&P/B3 Brazil ESG. Este índice tem como objetivo medir a performance das empresas com as melhores práticas de sustentabilidade. 

Ao passo que o ECOO11 segue as empresas com emissão de carbono mais consciente, através do Índice Carbono Eficiente – ICO2. 

Já o ISUS11 segue o índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE B3).

Setores expecíficos do mercado

Os ETFs setoriais também são muito populares, eles têm o objetivo de espelhar um segmento específico do mercado. 

O ETF FIND11 segue o setor financeiro brasileiro. Já o MATB11 rastreia o setor de materiais básicos, que inclui áreas como a fabricação de papel, mineração, siderurgia, entre outros. E o GOVE11 reflete o valor dos ativos de todas as empresas com governança corporativa diferenciada, ou seja, empresas listadas no Novo Mercado, Nível 1 e Nível 2 de governança corporativa.

Exterior

Por fim, existem ETFs brasileiros que nos permitem investir nos Estados Unidos. O IVVB11 e o SPXI11 seguem o índice americano S&P 500, que engloba as 500 maiores e mais líquidas empresas americanas, como a Apple, Amazon, Microsoft, etc.

By Anna Kesya Lima

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