Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostrou que mais de 62 milhões de brasileiros encerraram 2018 com o nome sujo. Está cada vez mais comum para os nós, brasileiros, acumular dívidas.
Aposto que você conhece alguém da sua família ou seus amigos que teve o nome sujo pois que não conseguiu pagar as contas no fim do mês. A maioria das pessoas nem se incomoda com a dívida e continua gastando como se não tivesse devendo, esperando passar os cinco anos para que o nome fique limpo novamente.
Do passado para o presente
Grande influência desse comportamento de comprar, comprar e comprar é herança das épocas de grande inflação no Brasil, nos anos 1980. A inflação é o aumento contínuo dos preços dos bens de consumo.
Na década de 80, os preços mudavam tanto que os supermercados tinha que trocar as etiquetas de preço no mesmo dia, colocando um valor mais caro do que o anterior. Para tentar conter um pouco da inflação, o brasileiro corria para gastar todo o seu salário em bens de consumo para não perder mais poder de compra.
A situação começou a mudar com a instalação do Plano Real em 1994. Essa medida conteve a inflação e estabeleceu a moeda que utilizamos até hoje: o Real.
Mas, o hábito de gastar todo o salário para conter inflação foi passado de pais para filhos até chegar nos dias atuais.
Cartão de crédito, o vilão
O pensamento de escassez ensinado pela década de 80, que também é conhecida como “época perdida” justamente por essa inflação desenfreada, não está sozinho para contribuir com o endividamento dos brasileiros. O cartão de crédito também se transformou em um enorme vilão na vida do brasileiro.
Segundo o Banco Central, os juros do rotativo do cartão de crédito está por volta de 298,6%. Esses juros são aplicados na nossa dívida quando não conseguimos pagar o valor total da fatura ou atrasamos o pagamento. Esse valor já chegou a mais 500% nos anos anteriores.
Hoje, o Conselho Monetário Nacional (CMN) obriga os bancos e cartões de crédito a tirar os devedores dos juros rotativos depois de 30 dias e os colocarem em crédito parcelado, que tem um cobrança de juros menor.
Porém, mesmo assim, a quantidade de dinheiro que o brasileiro tem que pagar quando não consegue honrar seus compromissos em dias é muito mais muito maior do que o preço da própria dívida.
Muitas pessoas parecem não ligar ou se importar com esse absurdo de cobrança e continuam gastando sem pensar duas vezes. Enquanto isso, a bola de neve das dívidas vão crescendo a cada mês. Para muitos parece normal, afinal “depois de 5 anos, meu nome saiu do SPC e posso negociar a dívida”.
E assim o brasileiro vai vivendo sem pensar no amanhã. Pois, “todo mundo faz isso, estou apenas seguir um conselho de um amigo que fez a mesma coisa”.
Quer saber como economizar mais e pagar suas dívidas de forma rápida? Temos um guia completo sobre o assunto.
O mal da “ostentação”
O pior de tudo é muitas vezes existe um motivo particular para comprarmos mais coisas todos os meses: impressionar outras pessoas.
A palavra ostentação virou o conceito preferido dos brasileiros. Todo mundo quer mostrar que pode ter o IPhone do momento, ou que pode ter um carro ou roupas de marcas caras.
Muitas vezes compramos coisas que não precisamos com o dinheiro que não temos só para mostrar para os outros que podemos ostentar. Esse mal não é só do brasileiro, mas nossa cultura absorveu muito bem esse consumo desenfreado, como podemos ver em novelas, músicas, filmes e vídeos de “blogueirinhas”.
Todo mundo quer ostentar e é por isso que temos pesquisas como a mostrada no início, como mais de 62 milhões de brasileiros endividados.
A realidade
A verdade é que não é normal ter dívidas. Vários brasileiros vivem de salário em salário e se algum dia tem uma emergência como um acidente grave ou até a perda do emprego, não há onde tirar mais dinheiro. Quando chega a esse ponto, comumente se apela a um empréstimo em um banco qualquer e aumenta mais ainda a bola de neve de dívidas.
A boa notícia é que podemos mudar essa situação. Mas para isso é preciso disciplina e uma boa dose de desprendimento de algumas crenças:
- Ostentar o que você não tem só vai fazer você mais endividado e infeliz;
- Você não precisa gastar seu dinheiro no mesmo dia que recebeu;
- Pensar só no aqui e no agora é sinal que você não tem nenhuma perspectiva de futuro;
A solução
A melhor saída é a educação financeira pessoal, ou seja, saber onde seu dinheiro vai e como fazer seu dinheiro crescer. Uma simples folha de papel já é o bastante para começar.
Coloque em uma folha tudo que você ganha e tudo o que você gasta, mas tudo mesmo. Até o chiclete comprado na parada de ônibus tem que entrar nessa lista. Eu sei que é difícil no começo mas depois que você enxergar seus gastos mensais e saber o que você precisa cortar dessa lista, vai ver que valeu a pena.
Para sair das dívidas, o caminho é simples e rápido: controle seus gastos. A regra número 1 para não ter problemas com dinheiro é:
Gaste menos do que você ganha.
Esse caminho é simples mas não é fácil. Não estamos acostumado a pensar sobre isso. E mais ainda, não estamos acostumados a contabilizar nossos gastos. Muita gente não sabe quanto gasta por mês e essa falta de conhecimento que leva muitas pessoas a fazer mais e mais dívidas.
Quando você encara suas dívidas de frente e realmente compreende quanto está devendo, você deu o primeiro passo para uma vida mais livre. Nessa vida sem dívidas, você pode planejar finalmente fazer aquela viagem ou largar o emprego que você odeia ou passar mais tempo com quem você ama.
Mais controle sobre sua vida
Ter controle sobre suas finanças é ter o controle sobre sua vida. Você vai ter o poder de dizer não para as coisas que você não quer fazer. Vai pode ter liberdade para seguir qualquer profissão que escolher. E o mais importante, vai poder ter tempo para cuidar de você mesmo(a).
A vida não é só feita de sofrimento, mas para realmente poder viver uma vida mais leve e sem preocupação é preciso se planejar. É preciso conhecer quanto você está gastando e saber o que você pode cortar da suas despensas para finalmente pagar suas dívidas e começar uma plano de ação para uma vida financeira mais saudável.
Conclusão
Aqui no blog super econômica nós falamos semanalmente de assuntos relacionados a educação financeira e como ter mais dinheiro e viver uma vida mais livre. Espero que ler esse artigo seja um divisor de águas para você dar o primeiro passo rumo a sua liberdade financeira.
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Obrigada.