Comecei a investir em Bitcoin em 2021, na época eu havia lido o livro “Bitcoin: a moeda na era digital”, e estava super interessada em proteger meu dinheiro da inflação brasileira, que tinha crescido de forma espantosa devido a crise do coronavírus.
Grande parte do meu dinheiro estava na renda fixa, pois eu estava esperando ser chamada para a imigração para o Canadá. Logo, resolvi comprar alguns satoshis (frações de bitcoin) para tentar salvar parte desse dinheiro.
Mas depois deste tempo, eu vi que eu poderia investir em ações americanas para me proteger da inflação brasileira, já que com essa aplicação eu estava protegendo meu dinheiro em dólar, estaria crescendo junto as maiores empresas do mundo e ainda recebendo dividendos.
Logo, resolvi transferir 50% do meu dinheiro para investimentos no exterior, investindo em um ETF que segue o S&P 500.
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Ao mesmo tempo, 1% da minha carteira estava em Bitcoin, pois eu queria entrar de forma conservadora nesse ativo.
Como discutimos no artigo sobre Bitcoin, ele não é eficiente como uma moeda pois é muito volátil. Logo, você pode comprar um arroz pelo triplo do preço, um dia depois apenas pela variação do preço do Bitcoin. Mas muitos investidores, como eu, usamos o Bitcoin como uma reserva de valor, como o ouro, pois é um ativo escasso.
Mas a escassez é a única qualidade do Bitcoin. Ele não é um ativo gerador de caixa, como empresas e imóveis são. Ele não é uma moeda, pois é muito volátil. E ele não é uma commodity pois não pode ser usado como matéria-prima, para criar alimentos, imóveis ou energia.
Falando em energia, segundo uma matéria da Fortune, cada transação de Bitcoin gasta o equivalente a 1.173 kilowatts hora de eletricidade, o equivalente a 6 semanas de eletricidade para uma casa americana. Se formos colocar esse valor em dólares, isso equivaleria a 176 dólares por transação. É realmente insustentável, se a gente considerar que apenas em Janeiro de 2021 ocorreram quase 400 mil transações de Bitcoin por dia.
No longo prazo, não sabemos o quanto esse número gigantesco de energia gasta pode levar.
Ponderando todos esses fatos, e considerando meus valores como investidora de valor, achei melhor ficar de fora do Bitcoin.
O Bitcoin foi a primeira das mais de 8 mil criptomoedas que existem atualmente. Depois do seu lançamento em 2009, várias moedas mais avançadas nasceram, que permitiam mais do simples transferências monetárias, logo, não sabemos muito bem qual vai ser o futuro desse setor e qual dessas criptomoedas vai ser mais incorporada em nossa economia.
Mas independente do resultado, se o Bitcoin ou qualquer outra Altcoin (criptomoedas que não seja o Bitcoin) vier a virar a moeda utilizada, grandes empresas como Apple vão pagar seus dividendos nessa moeda. Logo, investir nas maiores empresas ainda é a melhor opção para surfar nessas tecnologias de forma mais segura. Como eu falei sobre os NFTs, as grandes empresas acabam explorando esses novos campos primeiro. Elas têm bem mais dinheiro do que a gente para fazer isso, e se o projeto não der certo, os prejuízos são bem mais controlados do que se estivéssemos usando nosso próprio dinheiro.