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Guia Suno Contabilidade para investidores – Resumo

Capa do livro Guia Suno Contabilidade para investidores

 

O Guia Suno Contabilidade é mais uma obra da casa de análise Suno Research, dessa vez voltada para os investidores que querem saber analisar ações. Também é voltada para empresários que desejam falar de forma mais fluente sobre Contabilidade.

Guia Suno Contabilidade para investidores – Resumo

O livro aborda três documentos contábeis essenciais: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração de Resultado dos Exercícios (DRE) e Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC). 

Os autores sugerem baixar os documentos que serão analisados no decorrer do livro no site de Relação com Investidores de cada empresa ou no site da B3 ou, ainda, no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Fica bem claro logo no começo do guia que os autores são adeptos a análise fundamentalista. Logo, eles ensinam como ler os documentos contábeis para fazer uma boa análise de ações e mantê-las em seu portfólio por muito tempo. Essa estratégia visa o investimento em valor, também conhecido como value investing. 

Quer saber como analisar ações? Temos um guia completo sobre o assunto.

Divulgação de Investimentos

Empresas listadas em bolsa de valores são obrigadas a lançar ao mercado seus resultados contábeis.

Essas informações são divulgadas a cada três meses, por isso são conhecidas como Informações Trimestrais (ITR). Esses dados são analisados pelo BACEN (Banco Central) e o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) para identificar qualquer erro ou alteração que possa ter acontecido nos documentos.

Demonstrações financeiras 

Como falamos anteriormente, existem três demonstrações principais:

Balanço patrimonial: mostra como está a empresa financeiramente, informando onde ela investe seus recursos e como obtém o capital para realizar suas operações.

Demonstração de Resultado dos Exercícios: mostra o desempenho da empresa, incluindo informações sobre seu faturamento podendo inclinar para um lucro ou prejuízo.

Demonstração de Fluxo de Caixa: mostra como a empresa gera caixa e coloca ela aloca esse dinheiro. 

Análise dos resultados

A partir de dados divulgados no documentos contábeis das empresas, são criados indicadores de análise fundamentalistas que são divulgados nos sites de análise. 

Os indicadores fundamentalistas servem para comparar empresas do mesmo setor, mostrando qual teria maior rentabilidade.

Balanço Patrimonial  

Os autores descrevem o Balanço patrimonial como a fotografia da situação financeira da empresa no final do trimestre.

Nesse documento, podemos ver de onde a empresa está tirando seus recursos e como esse dinheiro foi aplicado.

No Balanço patrimonial podemos encontrar três rubricas:

 

Grosso modo, os ativos envolvem todo o dinheiro que a empresa produz. Os passivos envolvem tudo que a empresa gasta. Por fim, o patrimônio líquido é o ativo menos o passivo.

Patrimônio Líquido = ativos – passivos

Assim, o patrimônio líquido mostra quanto de capital sobrou quando a empresa pagou seus passivos usando o capital adquirido com os ativos.

Ativos

Os ativos são separados em ativo circulante  e ativo não circulante.

Os ativos circulantes são os direitos que a empresa consegue ter em mãos em um prazo de até 12 meses. Por exemplo, contas a receber no curto prazo ou dinheiro investido no banco.

A seção dos ativos circulantes se dividendem em:

Os ativos não circulantes são os direitos que vão estar em posse da empresa em um prazo de mais de 12 meses. Assim, esse recebimento será para o longo prazo.

As subdivisão do ativos não circulantes são:

Passivos

Os passivos também são separados em passivo circulante e passivo não circulante.

Os passivos circulantes são pagamentos que devem ser feitos em um prazo de até 12 meses. Entre esses passivos estão impostos, empréstimos de curto prazo, etc.

São exemplos de passivos circulantes:

Os passivos não circulantes são pagamentos feitos com um prazo maior que 12 meses.

Tais quais:

Como o passivo e o patrimônio líquido ficam na mesma seção, costuma-se dizer que o ativo é o passivo mais o patrimônio líquido.

Ativo = passivo + patrimônio líquido 

Ou seja, o ativo é a soma do capital de terceiros mais o capital próprio.

O patrimônio líquido também é o valor pertencente aos sócios da empresa. Ele representa todas as reservas e lucros acumulados pelo negócio.

Análise do balanço patrimonial 

Para analisar esse documento, os autores sugerem ao leitor fazer algumas perguntas:

Onde a empresa investe?

Para responder essa indagação podemos observar o Ativo Circulante, nas contas a receber no curto prazo e nos estoques. Além disso, podemos verificar o CAPEX, ou seja, quanto a empresa está gastando com bens tangíveis e intangíveis. 

Para além disso, também temos que considerar o ramo de atuação da empresa, se ela oferece produtos duráveis ou de uso diário, e vende produtos ou serviços etc.

Como a empresa se financia?

Para entender como uma empresa se financia devemos observar quanto capital de terceiros (empréstimos, pagamentos adiantados, impostos a pagar etc) ela possui.

Outro ponto importante é o capital próprio, ou seja, o seu patrimônio líquido, que consiste nos recursos dos sócios (investidores) que compram ações no IPO da empresa (ou em suas emissões follow-on) e nos lucros acumulados no decorrer dos anos.

Aqui podemos verificar a estratégia da empresa: se ela é alavancada, ou seja, faz dívidas para crescer, ou se ela é uma empresa conservadora, que usa o dinheiro das próprias operações.

Demonstração do resultado de exercício (DRE) 

A DRE mostra a trajetória  de todo do capital da empresa, desde quanto capital ela faturou com a venda de seus produtos ou serviço, até quanto dinheiro sobrou no final para remunerar os seus acionistas. Por essas características, os autores comparam a DRE a um filme que conta a história da empresa naquele período. No fim das contas, a DRE vai indicar se um negócio está operando com lucro ou prejuízo. 

Estrutura da DRE

A estrutura segue um padrão, apresentando campos sobrepostos e ordenados de cima para baixo:

1. RECEITA BRUTA

Faturamento da empresa, ou seja, tudo que a empresa arrecadou. Dessa rúbrica são subtraídos impostos, devoluções e descontos.

2. RECEITA LÍQUIDA

O que sobra da receita das vendas depois de pagar impostos, devoluções e dar os descontos. Desse valor é descontado o custo dos produtos vendidos.

3. LUCRO BRUTO

Indica basicamente a diferença entre o faturamento da empresa e o seu custo produção. Do Lucro Bruto é subtraído as despesas de vendas e despesas gerais e administrativas.

4. EBITDA

Sigla em inglês para Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização. Aqui no Brasil também podemos ver esse indicador como LAJIDA. Do EBITDA é descontado todos os custos que a empresa tem com depreciação (despesa em cima de um bem real ou tangível, como móveis) e amortização (depreciação de um ativo intangível, ou seja, sem substância física como patentes).

5.EBIT

Sigla em inglês para Ganhos Antes de Juros e Impostos também é conhecida como LADIR. Ela indica basicamente o lucro operacional. Da EBIT é somado ou subtraído os resultados financeiros, ou seja, o dinheiro que a empresa investiu em alguma aplicação. 

6.LAIR

Sigla para Lucro Antes Do Imposto De Renda. Ele é a última rubrica antes de chegar no lucro líquido que é a linha final.

7.Lucro Líquido

Depois que a empresa paga seus impostos, o capital restante pertence aos acionistas. Assim, o lucro líquido pode se distribuído em forma de dividendos ou pode ser usado para investir nas operações da empresa fazendo com que ela cresça e ganhe mais valor de mercado.

A lucro líquido também vai mostrar se uma empresa está operando com lucro ou prejuízo. 

Como analisar uma DRE

Os principais dados que devemos tirar de uma DRE é a variação em porcentagem da Receita, a variação em porcentagem do Lucro e a variação em porcentagem da Margem.

Elas vão indicar se a empresa é eficiente em suas operações e se ela é lucrativa.

Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC)

Os autores denominam o Demonstrativo do Fluxo de Caixa como um documentário, pois esse documento mostra todas as transações que a empresa fez com sua conta-caixa, que é o dinheiro disponível para realizar as operações da empresa.

O DFC é o documento que mostra mais claramente o desempenho financeiro de uma empresa, ilustrando como ela gera caixa e como faz a alocação deste.

Essa demonstração é dividida em quatro partes:

Fluxo de Caixa operacional: tem haver com o operacional da empresa, contabilizando o que ela pagou para fornecedores, funcionários e vendedores, contas de água ou luz das fábricas etc. Como esse tópico envolve as operações da empresa, quando ela vende seus produtos e serviços existe uma entrada no fluxo de caixa operacional; quando ela paga a conta de energia da fábrica ou o salário dos funcionários existe uma saída deste fluxo de caixa.

Fluxo de Caixa de investimento: são todos os investimentos feitos pela empresa, como dinheiro investido em renda fixa, ativos comprados, como máquinas, automóveis, etc. Assim, quando a empresa faz um investimento em um CDB de uma banco, esse dinheiro é registrado como uma saída no fluxo de caixa de investimento; quando ela resgata esse investimento, ele é marcado como uma entrada. 

Fluxo de Caixa de financiamento: mostra os financiamentos do caixa da empresa com terceiros ou com os sócios. Assim, se a empresa faz ou paga um empréstimo, o dinheiro vai ser contabilizado no fluxo de caixa de financiamento. O pagamento de dividendos e Juros Sobre Capital Próprio (JCP) e a emissão de novas ações também ficam nessa sessão.

Saldo Final de Caixa e Equivalentes: compara os dados do trimestre passado, mostrando a saldo inicial de caixa e o aumento ou redução dele.

Análise de uma DFC

Para analisar ações do mesmo setor, podemos comparar o Prazo médio de Recebimento, o Prazo médio de estocagem e o Prazo médio de pagamento. Todas essas variáveis vão indicar como está a geração e a alocação de caixa da empresa.

Conclusão 

Contabilidade não é um assunto fácil, porém os autores do Guia Suno Contabilidade fornecem vários exemplos que podem nos ajudar em nossas análises. Baixar esses documentos no site da B3 ou na própria empresa é de grande ajuda quando tivermos lendo a obra.

Importante lembrar que embora esse seja um livro introdutório, quem não tem nenhuma noção de contabilidade pode ficar meio perdido. Procurar vídeos sobre o assunto pode ser um bom caminho para quem quer se aprofundar no assunto e analisar ações de forma mais segura.

Gostou do artigo de hoje? Comente aqui embaixo!

Obrigada. 

 

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