No artigo de hoje, será desvendado o mistério de porque mesmo sabendo que estamos perdendo dinheiro em um investimento, como a poupança, continuamos apegados a ele.
O viés do custo afundado
No livro Essencialismo – a disciplinada busca por menos, o autor Greg McKeown nos apresenta o termo “sunk-cost bias”, o que em português poderíamos traduzir como o viés do custo afundado. Esse termo representa a tendência que temos de continuarmos investindo energia, tempo e dinheiro em um investimento que sabemos que vai falhar apenas porque já investimos nele antes mesmo sabendo que não teremos lucro. Afinal, quanto mais investimos, mais esperamos um retorno daquele investimento.
Essa lógica também pode ser usada para outras áreas de nossa vida: por exemplo, quando compramos um ingresso de cinema e percebemos que o filme é muito ruim, dificilmente vamos embora, tendemos a ficar até o fim, pois “já pagamos por aquilo mesmo”.
McKeown afirma que nós, seres humanos tendemos a dar maior valor para coisas que já temos e por isso atribuímos uma maior importância para essas coisas do que elas realmente têm.
Para solucionar esse problema, o autor sugere que façamos a seguinte pergunta: “se eu não tivesse isso, quanto eu pagaria para consegui-lo?”. Essa pergunta pode ser usada em várias situações, tanto em investimentos quanto em outras questões da vida cotidiana, como aquelas roupas que compramos e nunca usamos, mas não queremos nos desfazer delas porque algum dia poderemos usá-las.
Como um Essencialista, McKeown defende que não adianta apenas identificar os pontos que não são eficientes, ou onde estamos cometendo erros, nós temos que ativamente eliminar esses pontos, pois eles seriam”não-essenciais”.
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O viés do status quo
Esse pensamento leva a outro termo utilizado por McKeown, o “status quo bias” (viés do status quo). Este disse respeito a nossa tendência de manter o curso normal de nossa vida. Somos seres rotineiros que não gostam de mudanças. Nos programamos para seguir rotinas e é por isso que quando algo inesperado ocorre no nosso trajeto para o trabalho, ficamos tão estressados. Sempre nos programamos para que as mesmas sequências de eventos aconteçam (tomar café da manhã, andar até a parada de ônibus, etc).
A poupança: um investimento familiar
Agora vamos utilizar esse pensamento de McKeown nas nossas finanças pessoais: a poupança é o investimento mais conhecido pelos brasileiros, utilizada desde a época de Dom Pedro. Nossos pais têm contas na poupança assim como nossos avós e nosso bisavós tiveram. Ela é um investimento que faz parte do nosso cotidiano, nunca pensamos que ela possa oferecer algum risco e sempre quando alguém fala em poupar, logo pensamos na caderneta de poupança.
É por isso que, quando conhecemos investimentos que são mais rentáveis e tão seguros quanto a poupança nos sentimos relutantes. Eu mesma comecei minha trajetória financeira pela minha caderneta de poupança, e demorou alguns meses até eu criar coragem para abrir uma conta na corretora e investir meus primeiros 100 reais em Tesouro Selic.
Por tendermos a continuar fazendo uma coisa, apenas porque sempre fizemos isso antes, nos prendemos à caderneta de poupança, perdendo dinheiro para a inflação e deixando de conhecer bons investimentos em Renda Fixa.
Conclusão
É sempre bom repensarmos nossos hábitos de vez em quando. E nos perguntarmos se estamos fazendo algo apenas porque nos foi ensinado assim, ou se estamos tomando decisões conscientes em nossa jornada financeira. Principalmente, no que tange às decisões financeiras, se arriscar um pouco e mudar hábitos é um decisão bem vinda.
Além disso, como Warren Buffett disse “As correntes do hábito são muito leves para serem sentidas, até elas serem muito pesadas para serem quebradas”.
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